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sexta-feira, 4 de março de 2016

Manhã (só mais 5m)



Cinco minutos de uma eternidade, cinco minutos onde os algarismos não têm memória porque se fazem eternos na profundidade de um mergulho onde se deixa tudo, corpo e ser, e deixando esse todo e não se sabendo quem mesmo assim não se quer o regresso, cinco minutos do mais saboroso porque do mais perdido ou do mais esquecido do que se é, corpo e ser, ou nunca ter sido ou ser o desejo em absoluto, realizado, palpável em cinco minutos de eternidade que não se sabem que são mensuráveis em cinco ou toda a vida, apenas um mergulho de felicidade profunda.
Confusa felicidade que tritura os algarismos ao emergir no espasmo da vida, vidas reencontradas no corpo, o ser ao corpo, colisão da realidade.
Os dedos no despertador esmagam os cinco minutos extra, ergue-se, a dose injectada foi esquecida.

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