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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Do lobo em mim [era ele]




Não foi só ele que se foi, a ferida no peito aberto tem o lugar a menos do pedaço que lhe era, afinal o todo funcionava quando estávamos juntos, um pendente de carne disforme e musculada que não sente, incapaz, dormente, atrapalha porque sobrevive ignorante.
Foi-se-me o que era de lobo, tão mais humana me tornei e estúpida, na passada a dois pés que lembram as pegadas do cheiro pelo soalho ou os diálogos no castanho dos olhos à espera fitos da resposta do seguir.
Eu fiquei.
Para trás.
Numa ferida que desesperadamente lambo na memória da cura do pêlo, onde não há carne, onde não há osso.

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