Aos poucos habituei-me à inconstância do equilíbrio, nada a que não estivesse habituada, práticas de outra arte mas essa provocada no treino e no amor à beleza, dores que não doíam, deste balançar fui forçada às quedas e de tanto me debater pelo chão e insistentemente erguer-me na verticalidade, inventei meia posição, fingimentos de quem parece estar de pé mas vê o mundo de ponta-cabeça.
O estranho é que ao fim de algum tempo as realidades de dois mundos mesclam-se, dificilmente se entende o que se há-de perceber como andar a direito e o que se há-de responder como enviuzado, agora sim para logo a seguir ser não, é um nim que não me cabe pois nunca fui de meias tintas e por muito golpe de cintura que tenha, gosto de o aplicar nas tais artes em que me dedico por corpo e alma e aí, claro, dou-me toda, dobro-me e a seguir subo, subo até crescer onde não me apanham.
Estou cansada desta elasticidade em que me esticam em sentidos retorcidos, um dia vai-se que tudo tem um limite e no disparo da torção não vou aproveitar a ninguém, talvez nem a mim mesma.
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