À semelhança de alguns jogos cuja mecânica foi concebida para se perder também assim há segredos que foram inventados para se darem a conhecer.
Ou seja, não são segredos.
Mas têm o cunho e a insinuação ondulosa no passar da informação de um secretismo como se o fossem, fermentam-se como coisa importante e embrulham-se em palavras-chave acompanhadas do gesto cuidadoso e preocupado de quem os passa e enganando quem os recebe - quase sempre selecionado como veio transmissor - que é coisa séria no tom velado da escolha, o compromisso do silêncio, o guardar só para si e os perigos da disseminação.
Claro que este tipo de segredos nasceu absolutamente para ser revelado. Não em voz alta e às claras, mas puxado pelo cotovelo no cochicho da confiança única do seguinte, que por sua vez o há-de repetir a um outro e este outro a mais um e assim por diante, até que muitos se sintam exclusivos na sua publica tribo formando o grupo dos que sabem e o outro, o dos ignorantes dos segredos, que nunca sabem nada porque não são dignos de um depósito tão intenso.
Sem comentários:
Enviar um comentário