Que confusão!
Será hoje dia de véspera ou dia de amanhã, dia de já ir, já é dia de ir outra vez, tudo de novo, uma precisão de perguntar e recorrer a agendas para saber que dia é hoje, ver o dia numerado, uma ténue esperança de me agarrarem o braço e dizerem só amanhã é que é dia de ir mas não, deixam-me ir e eu vou ainda hesitante, ainda à espera, trocando lembranças entre o que fiz e comi nas horas breves do dia passado que se mascarou de presente baralhando pés com mãos e trajes a vestir com camisas de dormir que se amarrotam saudosas e tristes, que confusão a distância entre o que fui e o que hei-de ser que se me escapa sem domínio, e pergunto outra vez se é já dia de ir, que vontade de recuar os ponteiros e repetir a noite toda de novo, não para deixar de ir, apenas para me acertar.
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