Hora das horas fora delas, também um tempo de vaguear, tempos raros que o costume habituou pés a ter olhos no bréu e as faixas pintadas de luz pelo chão, pelas paredes, pela mão que quer interromper essas estradas intrusas e beliscar a materialidade quente que ilumina e projecta sombras tão diferentes da imagem do espelho, desafiam conceitos sobre o adivinhado e o conhecido, o desconhecido e o provado, o recusado e o guardado.
Fora das horas do escuro há negros lados nas claridades a descobrir, oculto tempo em que os pés se avistam de um alto aos olhos tocado e cada um segue rasgando o que a luz abre e fecha na contemplação do que é igual ao escuro e tão diverso fora dele.
Hora da hora em cima dela, um todo de nada quando a mão é o ponteiro adiante da vista e a sombra inexistente é o susto da respiração sustida.
Hora da hora por cima dela, metade a caminho de um nada, dois de um real.
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