Nem mesmo os gatos, o cão, o homem se fazem vivos neste instante, o relógio lembra-me a falência no tique-taque rompendo o silêncio que acarto aos ombros, não é cansaço de corpo, é luz de dia que chega mas que não ganha à lâmpada que hesito em desligar. Talvez me desligue e abra mão das linhas em que me seguro, uma só, um fio preso entre dois dedos para me manter agarrada ao ritmo das horas idas - quantas? - esqueci-me de contar, tique-taque diz o coração devagar, tranquilamente enquanto o dia berra a luz e a caneta despeja mais linhas onde não as há, invisibilidades como a claridade que tinge a noite esquecida - quantas? - e o relógio se abafa em palavras arranhadas entre dois dedos de conversa. Liberto-me.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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