Que fazer aos dizeres dos antigos sobre o tempo, aos provérbios sobre os meses, quando tudo é inesperado e as estações viajam fora do tempo marcado a que nos habituaram e aprendemos, Março, Marçagão, manhãs de Inverno, tardes de Verão, que se apresentou velhacamente ventoso e frio ao longo de todo o dia e nem mesmo a animação de uma previsão na entrada de um Abril com sabor a pino de Verão parece consolar o desejo de calor nos braços - que ninguém se contenta com o que tem e muito menos com o que aí vem - condena-se, abanando a cabeça vagarosamente, lembrando o aprendizado, Abril águas mil.
Que fazer ao Borda d'Água, carinhosamente cortado na separação das páginas para a adivinha dos conselhos sobre o arado, plantio e colheita, signos, marés, luas ou da repetição das proverbiais achanças medidas pela observadura dos tempos pelo tempo dos homens sábios.
Mantenho as sandálias ao lado das botas de cano alto e este par ímpar faz-me lembrar que dantes o 1º Abril era o dia das mentiras. Parece que já ninguém liga a isso.
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