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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Estád[i]os



Esse processo absolutamente necessário mas de tal desperdício, assim o vejo, a que todos dedicamos um pedaço da vida, uns mais e outros em menor quantidade seja no desejo seja na precisão, esse bocado de vida que não chega a ser vida e tão forte ou ainda mais que esta pois os tormentos e alegrias que do sono e dos sonhos e pesadelos que deles se recolhem, tanto fruto e boca seca se lambem, atiram-me sempre para o recanto das horas inúteis, gasto pouco delas e antes o uso lhe dedicasse noutra função e o corpo castigado pela obediência do costume e do botão do desligar muda-se para outros andares onde a vizinhança de almas, essências, quereres não são benvindas, só os vendedores ambulantes, passageiros furtivos que deixam escapar por baixo da porta envelopes de má-sorte com cartas desgovernadas que teimo em agarrar e jogar para me entreter, acordo dorida do peito, o coração roubado, o sonho engolido na confusão de quem não lembro mas tudo tão lembrado na distinção de quem vivi. Ou os bons, perfumados, de que não quero largar mão e aperto, aperto, sorrindo ou cantando.
Gosto de mandriar acordada no morno da cama à procura do que me aconteceu nessa vida tão intensa dormindo que me poderia ter levado sem nada sentir.

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