Vou-me chegando. Rebelas-te que nesta hora de lobo és tão fera quanto hoje chego, faminta, presa e predadora, a devolução a terra será cuspida sinto-a, uma humilhação como tantas já me fizeste e nem por isso te engano o caminho de vez no arrepio por ar que bem o merecías.
Queres vingança na solidão do desamparo e berras no cais o desembarque violento atirando o cacilheiro e gentes metidas dentro, tudo ao mesmo tempo, gemendo aço e madeiras, pedras e águas, lamentos e preces e eu de soslaio nem abro a boca, mareada.
Eu volto. Sem sorriso. Mesmo de embalos não hei-de fechar os olhos e sonhos só se for com outros, que rios conheço uns tantos, tão ferozes como tu. Bem vês... ainda aqui ando.
(in Olhar com Vista sobre o Rio, 2012)
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