Sou eu, apenas eu diluída em tinta grossa azul e um pouco aguada de palavras que se vão acumulando, fartas de tantos grupos silábicos, algumas invenções arranjadas a sangue para exprimirem o entendimento das dores do que está partido por dentro e não deixo ver, teimo e não deixo ver, nunca perceberíam o que arde, afinal até poderei ser outra a dizer que quero dar-me a conhecer e no entanto, a verdadeira dança, roda, rodopia de pés nús sem encontrar vidros nem bagas de carvão incandescente, tudo lhe é macio nos golpes da música interior.
Sou eu e sózinha eu que amo mais e quero mais mas não sou de ninguém e muito menos de mim própria, pois se tantos de mim roubaram as dores e deixaram a que dança de pé descalço.
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