Entre os passos das letras e o verbar da dança, qual dos dois ganha na medida maior não sei.
Amor primeiro, para sempre o que me inflige o coup de pied e passados tantos anos, ainda me enviuza o andar, uma insconsciência dificil de emendar, talvez até mais reparada no gesto de mãos que tantas são as vezes mo notam.
Mas tenho para mim que esse florear me chega com as palavras, uma imitação constante de agarrar a caneta e desenhar, seja o verbo seja o que vejo, tosco e a traço grosseiro que da arte de reproduzir o que os olhos registam, sou a do desenrasca, ajeito-me e nada mais. De escrever gosto, pratico porque me enche e preciso drená-lo para serenar, para aliviar passos que se acalmaram em pernas traçadas ou corridas desenfreadas, pele de palavras, sentir a palavra como a pele que me era quando bailarina. E nada fica tão fantástico como essa sensação de atravessar o papel branco como um palco que se domina a solo em que a tinta desliza no relevo das letras minúsculas e maísculas como piruetas e saltos, alternando pontuação com arabescos para agradecer no grande final com um ponto a encerrar.
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