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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O livro negro dos homens (sete)



O que interessa mesmo é estar vivo por dentro, saber que se está, marimbar-se na coisa alheia da vista míope dos que se julgam mais além do que os demais só porque se veem vivos de forma diversa da minha, da tua, doutrém.
Sabem muitas coisas, muito mais do que eu, já viram num ano o que eu provavelmente nunca virei a olhar na minha vida, mas eu sei de partículas tão infímas e simples que nem a muito custo  entenderíam a sua beleza.
Não os desgosto, não os invejo, não os lamento. Diferenciamo-nos. Sei-os vivos numa dormência angustiante quando me olham e me acham viva numa dormência angustiante e ainda assim, não somos de forma alguma a imagem e o reflexo um do outro, uns dos outros. Eles não seríam capazes de viverem a minha vida nem eu de imitar a deles.
Não me lamentem nem me apontem como infeliz por ser a diferente. Diferentes são-no vocês para mim, uma imitação de vida no bater igual do coração.


(Lx.04-02-2010)

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