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terça-feira, 17 de setembro de 2013

A minha Árvore



 
Às vezes quando chego aqui, à Árvore, apercebo-me dos anos passados. Depois sento-me nalgum tronco ou até mesmo na terra a sentir a caruma e rápido esqueço o tempo na passagem das letras, minhas e dos viajantes, os que pararam para conversar e alimentar boca de alma e boca de coração e os que de passagem perguntaram caminho e eu indiquei.
Há tanto verde à volta, tenros de redor e outros robustos como fortificações que se foram erguendo como sete anos de lenda em estórias de principio era uma vez. Aqui são todas as vezes que eu queira e eu quero porque gosto assim.
Sinto-me bem ser dona de mim aqui, afastar os demais de mim e deixar a Árvore tecer este escudo para me proteger numa calmaria onde ouço os outros chamarem o meu nome num jogo de cabra-cega só para me agarrarem. Eu vejo-os, eu árvore aqui, só eles não me reconhecem.
Às vezes apetece-me chamá-los daqui, confundi-los, cansá-los como a mim me exigem de mãos e atenta para que lhes faça as vontades e os siga no capricho das vozes de mando... mas não o faço. Deito-me, espero que a Árvore gentil afaste as ramadas e me mostre azul, alguma seiva e me sossegue segredando que ainda tenho tempo.

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