Sei-te grande, vejo-o, essas manifestações são tão desnecessárias quanto a tua majestosa imponência, para quê tanta espuma de raiva na agitação das águas e turbulência de desvios se não te inquieto mais do que sempre e até as gaivotas hoje se pardam ao invés do branco-peito, temerosas que nenhum cardume lhes ofereças, para quê tudo isso, maus humores em dias de sol, logo tu pimpão do cacilheiro a açoitá-lo como se fora uma chata vulgar e fraudulenta do teu nome, não te sei assim Tejo, veio-te uma réstia espanhola ainda arremelada à corrente nascente?
Logo adiante não estão para te aturar vou-te avisando, que dessas iras e balanços só eu aguento porque te amo e me enfeitiças, mas hoje um bocadinho menos que a agonia que me deste já me encheu até ao fim do dia.
Tu vê lá não me amofines ou passo-te por cima.
Deixo-te sózinho.
Entende-te com o mar.
(in Olhar com vista sobre o Rio, 2012)
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