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terça-feira, 23 de julho de 2013

O bater do coração (dezassete)




A maldição das palavras, a consumição a que a elas me devoto, fervorosa, apaixonada, desligada, ligada, a forma como me comem por dentro e sinto e assisto e já tentei travar e até ignorar e transformar-me numa infeliz criatura, sempre rodeada de outras como moscas que me atormentavam e que se mantém, mas que não me torturam mais porque lhes permiti a liberdade concedendo-a a mim, é o meu retiro espiritual, a minha essência.
Depois de um dia árduo, pesado, sorridente quando apetece voltar costas e responder na mesmo moeda quando a educação ficou esquecida, por vezes nem o verbo escrito tem força bastante para aparecer.
Sem pedir licença, sem fazer perguntas eles aparecem. Os amigos de quatro patas estão sempre dispostos, felizes do meu regresso, incapazes de me julgar pelo aspecto, pelo meu comportamento, pelo meu tom, apenas vêm, tocam e o coração acelera.
Nada é tão simples como este amar.


 

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