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sábado, 1 de junho de 2013

Alucinações de uma vida paralela (8)



Depois torna-se mais fácil: O paralelo deixa de o ser e fundamenta-se na criatividade, a única explicação possível para o desvio, o gosto pela sublimação do excêntrico, a decadência dos sentidos, a dramatização pura da tragédia. Para quê fingir, para quê esconder, quando se pode viver em pleno na linha de lá?
Se me chamam louca pois que o seja, pois que o viva, pois que o sinta, pois que proliferem esses gumes dos olhos que me ferem no ácido da diferença, estou sózinha como sempre a inventar brincadeiras de caracóis em gaiolas de pássaros e santos em camas de boneca, aconchegados a roupas de adultos em mãos demasiado pequenas para medir o perigo de esquecer o que é o meu tamanho, o meu mundo, o mundo paralelo, não sei voltar.
Não quero voltar.
Tenho medo de voltar e ficar sózinha sem as vozes que me contam histórias.
 
 

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