Hipoteticamente estaría ocupada, distraída, esquecida quiçá aborrecida destas lides e satisfeito o gosto dos dedos, outro se tería arranjado para ocupação do tempo e das mãos, um tricot ou um guache ensaiado ou então nada disso, uma doença qualquer para aqueles que o lado trágico preenche a lacuna do teatro na vida pequenina, a morte, a morte ter-me ía chegado e a árvore, finalmente, sem rega nem poda, mais dia menos dia, catrapumba, caía de oca, que a substância esvaíra-se comigo para a cova.
Não. Ainda não, conforme palavras aqui, minhas, da Árvore.
Sem especulações: Há que parar.
Quando as palavras se tornam tão simples e tão claras e o mundo dos homens tão abstracto e cruel em que nada apetece, e até o sentido dos sentidos se reverte do que se faz no verbo, é tempo de acordar e espantar as metáforas que nos acolheram como leito macio, afundado, a sufocar a realidade.
Desejar estar no lado das palavras ao invés de lhes sentir o prazer é ter medo de ser.
Não quero perder-me num pingo de tinta solto, prefiro a loucura de uma frase numa noite de insónia, mas sabendo que eu ou os outros de mim a comandavamos.
Tóxico, o verbo.
Perecível, eu.
1 comentário:
Não vim para comentar, fá-lo-ei com disponibilidade. Apenas desejar um feliz Natal. Rui
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