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domingo, 29 de julho de 2012

Das árvores




Ouço-lhes os passos, caminham nesta direcção reclamando terreno, exigindo o que é seu a abrir goelas para que lhes devolva a voz, já chega, tive o meu tempo, falei deles, de uns quantos que me deixaram a oportunidade do dizer mas não foi trabalho bastante, bem que em tempos eu havía dito que se algum dia tal acontecesse e por mim falasse mesmo a falar de outros, nenhum interesse eu tería.
O que me faz são as árvores, nada de mim é para além das árvores, toda eu sou hóspede, como me enganei pela vida fora, não foram eles que me ocuparam, não fui eu que me fardei soldado e vigiei a dois tempos o tempo da luz e da escuridão, sempre deles, foi sempre neles que me instalei e acomodei quente e guardada, é certo que entregue bosque e clareira, que permita que me cuidem pois que nem de mim soube guiar verbo a contento.

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