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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Perguntas sem resposta


Que filão é este, interminável, que se alimenta de si mesmo, que progride à medida que se gasta, que aumenta à medida que parece alcançar o fim, que nunca se esgota mesmo quando me parece acabar de vez com o pensar de tanto nele pensar, de tanto nele esmiuçar por tanto tentar achar um fio de inicio e só encontrar metades, nós emendando outros fios que se enredam noutros fios de pensares e noutros ainda, formando uma longa teia que me enreda numa veste completa e vai-se a ver nada se vê. É tudo de dentro, da alma, do coração, das palavras que acho não conhecer e me saiem pela ponta dos dedos, pela ponta da língua articuladas à velocidade que as mãos (mal) acompanham nos desenhos (muito mal) descritos de letras encavalitadas que (tantas vezes) acabo por ter dificuldades em descodificar tal não é a pressa de as escorrer de mim para fora.
Uma galinha de ovos de ouro que se desmultiplica em gemas de tantos outros de mim que por sua vez tantos outros ovos me exibem nas mãos, partidos, conchas rachadas, miolos que se perdem na intenção fatal de não agredirem a população dos eus, dos pensares, dos nós, dos fios, do fio, do ovo, do eu, do filão.
É tudo inicio outra vez, é tudo verbo, nada acaba e as minhas perguntas sucedem-se, como cabe tanto dentro de mim tão pouco sem rebentar?

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