Gritos mudos, daqueles em que a boca tanto se abre que nunca mais se cerra, presa, presa para sempre nos parafusos do berro perdido na dimensão de si mesmo, maior talvez que o saco que envolve ossos, membranas e figura. Ruídos da alma, gritos da alma que são silenciosos e estragam por dentro. Dois de um, braço erguido e mão que esmola, todos em mim se fecham nesta boca aberta que tanto querem pôr a mão a sufocar. Se um se modera na voz outro me chega e mais alto ecoa o meu pranto de silêncios, só não vê quem pensa que vê mais que os demais, que nestas coisas o povo tem saber e o cego é mesmo aquele que não quer gritar.
CAPÍTULO QUARENTA - DE VOLTA A CASA
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Ao fim de pouco mais de três meses Alberto fechou a conta e a familia
regressou à casa renovada.
Maria da Luz apenas tinha ido por uma vez ver o decurso das...
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