Todos os textos são originais e propriedade exclusiva do autor, Gasolina (C.G.) in Árvore das Palavras. Não são permitidas cópias ou transcrições no todo ou/e em partes do seu conteúdo ou outras menções sem expressa autorização do proprietário.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Campo de palavras


Gritos mudos, daqueles em que a boca tanto se abre que nunca mais se cerra, presa, presa para sempre nos parafusos do berro perdido na dimensão de si mesmo, maior talvez que o saco que envolve ossos, membranas e figura. Ruídos da alma, gritos da alma que são silenciosos e estragam por dentro. Dois de um, braço erguido e mão que esmola, todos em mim se fecham nesta boca aberta que tanto querem pôr a mão a sufocar. Se um se modera na voz outro me chega e mais alto ecoa o meu pranto de silêncios, só não vê quem pensa que vê mais que os demais, que nestas coisas o povo tem saber e o cego é mesmo aquele que não quer gritar.

Sem comentários: