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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A par(es) e passo


Para se dançar a pares tem que se cuidar haver ligação entre as mãos que se unem numa só, nos pés que sabem o tablado de cor, no encosto do corpo que não viole o território do outro e tem principalmente de se saber olhar.
Dois óptimos dançarinos nunca farão um óptimo par se a quimica não existir: cada um deles tentará sobressaír do outro, desenvolver a melhor técnica e enlevar o publico anulando a parceria. As palmas podem estalar, a assistência levantar-se, mas o gosto da lembrança do espectáculo permanece apenas durante a actuação esquecendo-se rápido a evolução do enredo através da música na progressão até ao extase.
Assim também o é na vida.
Saltar passadas ou crispar as mãos na desconfiança do par aporta um desiquilibrio que depressa se nota. Empurram-se na contradança, pisam-se no desajeito do chão delimitado e como evitam o olhar nenhuma mensagem passa, nenhuma emoção exala de dois corpos que grosseiramente batem um contra o outro.

21 comentários:

Eunice Rosado disse...

Como na pintura, às vezes um elemento tem de se manter menos evidente em serviço do(s) outro(s). Para mim esse sempre o mais importante é o que une os outros, mas só quem sabe olha consegue persecer que é precisamente este que torna todos os outros mais belos, é da fusão, da capacidade de se poder ser sombra numas vezes e brilho noutras que nasce algo que permanece!
Gostei como sempre.... ;))))!

Eme disse...

Haja sempre harmonia então. Como em tudo. E como nós, por dentro.

Beijo

AC disse...

A dança deve ser um acto a solo, rodeado por outros tantos solos, num todo de solos que são conjunto.

Beijo mal dançado, a solo e a pares.

pin gente disse...

as tuas palavras transportaram para um pequeno universo... escrevei por elas... porque a minha dança anda desatinada, os meus passos perderem o ritmo... ou terá sido a música que se calou?
que importa! quem dança sabe fazê-lo até sem música!

abraço

Amilcar Garcia disse...

Saludos!:

O baile é talvez uno dos rasgos mais primitivos da cultura humana. Há algo místico no… Me apasionan os bailes nos bares de imigrantes em meu povo. Forças-me a escrever algo sobre isso… Hoje o baile esta deixando de ser uma atividade intima entre duas; talvez os videos de música e a influência dos ritmos urbanos fizeram deles um ato de circo ou uma atividade gimnástica. Eu tenho dois pés esquerdos mas desfruto muito vendo a gente dançar…!Até já!

Brain disse...

Gasolina,

Tu... de facto,
És cada vez mais TU!

Excelente comparação.

Um Beijo meu

marisa disse...

gosto imenso desta comparação. é daqueles textos curtos com mensagem tão intensa que temos a sensação de termos lido páginas inteiras que nos deliciaram.

a vida a dois como uma dança a pares, lindo!

um beijo

marisa

Gasolina disse...

Nice,

Obrigado por me pintares as palavras com tanta arte.
Tu és uma artista que eu muito aprecio.

Um beijinho Linda Nice

Gasolina disse...

M.,

Esperemos que sim, que nunca nos falte.
Nem a ti nem a mim, que também mereço.

Beijo(s)

Gasolina disse...

Dias,

Não sei se concordo completamente contigo... Tem dias.

Beijo que sabe dançar.

Gasolina disse...

Pin,

Espero bem que não percas a tua melodia!
Mesmo que fraquinha se faça ouvir é sempre importante não perder-lhe os passos.

Um abraço, fica bem

Gasolina disse...

Amilcar,

Que nada!

Todos nosotros lo sabemos!
Solamente hay que tener audacia!

E no lo creo! Se tienes ritmo a tus palabras es más que cierto que bailas e muy bien!

Besos!

Gasolina disse...

Brain,

Que rasgado elogio!

Muito obrigado!
Ser igual a mim significa um estilo próprio!

Fico vaidosa!

Um beijo meu para ti e saudades.

PS.: E novidades?

Gasolina disse...

Marisa,

Tu para além de seres a Olheira-Mor da Árvore ficas desde já nomeada como a Descodificadora- Real da Gasolina!

Começo a assustar-me... terei que me cuidar para não me desvendar por completo.

Muito Obrigado, é um prazer saber que me lês, é um prazer redobrado escrever sabendo que me lês.

Um beijo

(smile...)

Mateso disse...

No ritmo dos passos, subindo ao tronco , perpassando na alma dos olhos jaz, dorme, ou brota o uníssono.
Harmonia difícil num timbre que se perde tão facilmente.

Mateso disse...

..e um beijo também.

marisa disse...

Não tenhas medo, nem a nós próprios nos desvendamos completamente:)...e eu tento ser simplesmente uma leitora atenta (sou mesmo só leitora, não tenho blogue, a morada foi só criada para poder comentar aqui e em alguns outros bloques-poucos-que acompanho). Quem escreve merece esse respeito por parte de quem lê. A maior parte das vezes nem comento, dizer qualquer coisa só por dizer, não quero. Por isso, se eu deixar às vezes de aparecer, já sabes que pairo por cá, mas em pezinhos de lã...

Eu é que agradeço o escreveres assim para nós!

beijinhos

marisa

Phantom of the Opera disse...

A perfeição nessa dança passa pela cumplicidade e o desejo entre o par. Cada um será o alongamento do outro.

Beijo

Gasolina disse...

Mateso,


(2 em 1)

É dificil acertar o passo mas mais custoso é não fugir dele e dançar a outro tempo, a outro ritmo.

Há sempre melodias que encantam e envenenam...

Um beijo, Querida Mateso

Gasolina disse...

Moonlight,

Precisamente.

O alongamento do corpo no outro detém o que não se explica mas passa aos olhos como par perfeito.

Beijo para ti.

Gasolina disse...

Marisa,

Não te ía esquecer, claro.
Apenas troquei a ordem das respostas.

Mas quero que saibas que saber-me desvendada por ti é um elogio. Além do carinho que dedicas ao Árvore, tens sempre um apontamento que enaltece sobremaneira simples palavras que no fundo, me chegam de apenas senti-las.

A atenção com que me lês merece-me, obriga-me e faz-me desejar fazer sempre melhor. Não me considero escritora, para isso precisava de me ocupar a 100% a esta actividade, que bom sería, como eu gostava!

Por isso fico-me por estas pinceladas que o tempo permite.

Muito Obrigado, pezinhos de lã.

Um beijo